No centro do edifício, de 30 metros de altura, situa-se o anfiteatro abobadado de 300 lugares. Ao seu redor, oito volumes, que incluem uma biblioteca, uma mesquita, um restaurante e escritórios. Construído em concreto aparente moldado in loco, as paredes são incrustadas com faixas de mármore branco.
O edifício é implantado como um volume maciço no deserto Bengali. Oito salas estão concentricamente alinhadas ao redor da grande câmara parlamentar, o que não é apenas uma metáfora para a localização do novo governo democrático no centro do edifício, também faz parte dos objetivos do projeto do arquiteto em otimizar configurações espaciais onde os programas de apoio (escritórios, hotéis para os funcionários parlamentares, e um restaurante) se projetem para fora do volume central.
Todo o complexo foi construído em concreto moldado in loco, com mármore branco incrustado, que além de ser uma declaração de poder e presença, evidencia os materiais e valores locais. A enorme massa do edifício, de escala monumental, e o lago artificial que envolve o edifício, funcionam como um isolante natural e um sistema de refrigeração, que também criam interessantes condições espaciais e de iluminação.
As formas geométricas encontradas nas diferentes faces da fachada agregam um impacto dramático à composição global do edifício. Os volumes geométricos são formas abstratas encontradas na cultura tradicional Bengali, e se destinam a criar um diálogo de identidades culturais antigas e novas, bem como, servir como poços de luz e um sistema de controle ambiental natural para o interior. A luz foi um aspecto importante para o projeto, não apenas como um modo para iluminar uma área, mas conceituando a luz como um criador de espaços.
"Na assembléia introduzi um elemento que traz a luz ao interior da planta. Se você vê uma série de colunas, é possível dizer que a escolha das colunas é uma escolha da luz. As colunas, como sólidos, enquadram os espaços de luz. Agora pense nisso apenas no sentido inverso e que as colunas são vazios, e muito maiores, e que suas paredes podem, elas mesmas, trazer a luz, e que os vazios são cômodos, e a coluna é o criador de luz e pode assumir formas complexas e conformar os espaços, trazendo luz a eles. Venho trabalhando para desenvolver o elemento de tal forma que ele se torne uma entidade poética que tenha sua própria beleza fora de seu lugar na composição. Dessa forma, ele torna-se análogo à coluna sólida que mencionei acima, como um doador de luz."
—Louis Kahn
- Ano: 1982
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Fotografias:Flickr abrinsky (CC BY-NC-SA)